sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Cerridwyn ~ Deusa galesa do renascimento e renovação



Cerridwen ou Ceridween (lê-se Querríduen) é a deusa dos antigos celtas/galeses. É chamada de Deusa Tríplice por mostrar-se em três diferentes formas: donzela, mãe e anciã (os ciclos da vida).

É uma deusa sempre associada à morte e renascimento, fertilidade, regeneração, inspiração, magia, astrologia, ervas, poesia, encantamentos e conhecimento. Seu consorte na cultura pagã é geralmente o deus Cernunnos (lê-se Quernunos) e juntos representam a dualidade da natureza.


No livro Goddess alive de Michelle Skye, ela escreve:

O mito de Cerridwen e o seu caldeirão mágico retrata a crença galesa de que, para que a verdadeira inspiração divina se manifestasse no mundo, era necessária a morte e o renascimento. O ventre de Cerridwen, assim como o seu caldeirão, tinha o potencial de gerar todas as manifestações da criação, sendo o começo e o fim da vida. Cerridwen é ao mesmo tempo uma criadora e iniciadora, na realidade ela é o próprio receptáculo do renascimento, pois engoliu Gwion e depois lhe deu a vida; o simbolismo do grão comido pela galinha é uma alegoria da semente enterrada na terra para renascer. Ao beber as três gotas proibidas, Gwion teve a visão perfeita da divindade representada por Cerridwen. Perseguido e castigado pela Deusa ele não pode morrer realmente pois tem o conhecimento perfeito; por isso a deusa o ingere na forma de grão de trigo e ele se integra à divindade de Cerridwen. Quando Gwion se apodera dos segredos de Cerridwen representados pelas três gotas se produz um caos comparável ao do nascimento. A partir desse momento, aparece a necessidade de reconstruir a unidade perdida, a necessidade de voltar atrás, até a mãe, e dessa forma se produzirá um "novo nascimento". Gwyon Bach não morre, ele volta para o ventre da mãe para um novo amadurecimento, fecunda a própria mãe e renasce pela segunda vez como Taliesin, o bardo que conhece os segredos do mundo e da divindade.

No seu mito conta-se que ela vivia no meio do lago Bala, no Norte do País de Gales, junto com seu marido Tegid Foel e dois filhos gêmeos, a filha Creirwy (cujo nome significava luz, beleza) e o filho Morfran (“o corvo”) equivalente de Afagddu (feio, escuro). Enquanto a moça era de cor clara, alegre e dotada de uma beleza estonteante, o rapaz era deformado, feio, mal-humorado, com pele escura e corpo peludo. Os irmãos eram evidentes representantes das polaridades: luz e sombra, dia e noite, verão e inverno, céu e mundo subterrâneo.

Cerridwen é associada com a Lua, os dons de inspiração, a poesia, as profecias, a habilidade da metamorfose, o ciclo de vida e morte, sendo a guardiã da sabedoria e do conhecimento. É ao mesmo tempo Deusa parteira e protetora dos mortos, pois o mesmo poder que conduz os corpos para a morte traz a vida. No seu ventre gera-se a vida, mas a vida antecede a morte. Seu aspecto de Anciã representa o conhecimento de todos os mistérios que só a idade e a experiência podem proporcionar. Cerridwen é ao mesmo tempo uma Deusa do caos e da paz, do início e do fim, da harmonia e da desarmonia. Ela é a Deusa que devemos reverenciar nos momentos de dificuldades e para a transmutação dos desafios e malefícios.

A aparição de Cerridwen na vida de alguém (em sonhos, presságios ou visões) indica que algo deve morrer e deve ser deixado para trás, para que o novo possa renascer. É preciso coragem para o desapego, seja de hábitos, situações ou sentimentos negativos.

Ao mergulhar no seu caldeirão podemos alcançar nossos objetivos, encontrar a força para superar adversidades, transmutar os bloqueios e medos.



Essências: Baunilha, Amêndoa, Oriental Lily, Bergamota

Pedra Preciosa: Cornalina, Coral, Ágata, Brown Jasper, Aquamarine, qualquer pedra laranja

Símbolo: Caldeirão, milho

Animal: Porco, Corvo Negro

2 comentários:

  1. Gostei do seu texto e fico feliz que mais alguém aqui no Brasil tenha acesso ao livro da Michelle Skye. Tenho os outros dois livros dela, são ótimos!

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